Uma investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) expôs um esquema alarmante: Jefferson Jasmim, vulgo “Deco” ou “01”, apontado como líder de uma poderosa milícia que atua na Baixada Fluminense, continuava a comandar as ações do grupo criminoso mesmo estando preso. A operação, realizada em conjunto com as forças de segurança, resultou na prisão de três suspeitos de integrarem a organização.
Deco 01, que já cumpre uma pena de 30 anos por crimes hediondos como homicídio e ocultação de cadáver, está detido no presídio Bangu 9, unidade de segurança máxima no Complexo Penitenciário de Gericinó, Zona Oeste do Rio, destinada a abrigar milicianos. No entanto, segundo o MPRJ, o encarceramento não impediu que ele ditasse as ordens para a quadrilha, demonstrando o poder de influência que ainda exerce.
Interceptações telefônicas e áudios obtidos durante a investigação revelaram que o miliciano orientava e coordenava a negociação de armas e a cobrança de taxas ilegais de segurança, um dos principais pilares financeiros da organização. As extorsões eram impostas semanalmente a comerciantes, mototaxistas, operadores de transporte alternativo e até mesmo a empresas de telefonia e internet que atuavam nas áreas sob controle da milícia na Baixada Fluminense.
A operação, que visa desmantelar a estrutura financeira e operacional do grupo, revelou que a organização criminosa movimentava milhares de reais com as atividades ilícitas. “As investigações continuam para identificar e responsabilizar todos os envolvidos nesse esquema de comando de dentro da prisão”, afirmou um dos promotores responsáveis pelo caso.
Com a desarticulação parcial da estrutura, as autoridades esperam enfraquecer significativamente a atuação da milícia na Baixada Fluminense e reduzir o impacto das extorsões sobre a população local. A investigação permanece em curso para identificar outros membros da organização e aprofundar a compreensão sobre a extensão do poder de Deco 01 mesmo atrás das grades.