As relações entre Brasil e Estados Unidos enfrentam um novo desafio após declarações contundentes do Subsecretário de Estado Adjunto dos EUA, Christopher Landau, contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Em publicações nas redes sociais, Landau questionou a atuação do ministro, acusando-o de abusos no processo judicial e de promover uma agenda política. As falas do subsecretário elevaram o tom das críticas internacionais sobre o papel de Moraes em temas sensíveis como liberdade de expressão e regulação de redes sociais.
Landau chegou a afirmar que os Estados Unidos esperam que o Brasil contenha o que chamou de um “juiz fora de controle”, temendo que Moraes possa “destruir completamente a relação” entre os dois países. Ele também alegou que os EUA não permitirão que o “regime de censura” de Moraes se estenda ao território americano, demonstrando a crescente preocupação do governo americano com as ações do ministro.
As críticas de Landau se somam a um histórico de questionamentos sobre as decisões de Alexandre de Moraes, especialmente em casos envolvendo figuras políticas alinhadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Essas decisões, em grande parte, giram em torno de investigações sobre a disseminação de notícias falsas e ataques às instituições democráticas. Esse cenário tem gerado debates acalorados sobre os limites da atuação do STF e a liberdade de expressão.
Em resposta às acusações, o governo brasileiro, por meio do Itamaraty, defendeu a autonomia do Supremo Tribunal Federal como um poder independente. As autoridades brasileiras consideram as declarações de Landau uma inaceitável tentativa de interferência na soberania nacional. A escalada de tensões sugere um momento delicado nas relações bilaterais, com potencial para impactar a cooperação em diversas áreas.
A crise diplomática se agrava em um contexto de crescente utilização de instrumentos de pressão por parte dos EUA, como sanções e cancelamento de vistos, contra ministros do STF e seus familiares. A aplicação da Lei Magnitsky, que visa punir supostas violações de direitos humanos, também é um fator de tensão. O futuro das relações entre os dois países dependerá da capacidade de ambos os lados de encontrarem um terreno comum e respeitarem a soberania de cada nação.