O ministro do Turismo, Celso Sabino, oficializou nesta sexta-feira sua saída do governo federal, em atendimento à determinação do União Brasil. A decisão, já comunicada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana anterior, marca um ponto de tensão na relação entre o partido e a administração petista. A saída de Sabino era esperada desde o ultimato lançado pelo União Brasil aos seus membros em cargos no governo.
No dia 18 deste mês, o União Brasil exigiu que todos os seus filiados ocupando posições no governo federal apresentassem suas exonerações em até 24 horas, sob pena de serem considerados infiéis ao partido. Celso Sabino era o único representante do União Brasil no primeiro escalão do governo Lula, tornando sua posição insustentável diante da ordem partidária.
Antes da confirmação de sua saída, Sabino tentou negociar uma licença partidária para permanecer no cargo até abril de 2026, prazo de desincompatibilização para quem pretende disputar eleições. Ele é apontado como um forte candidato ao Senado pelo estado do Pará. A manobra, no entanto, não obteve sucesso diante da firmeza do partido em romper com o governo.
O ultimato do União Brasil foi divulgado em meio a investigações da Polícia Federal que envolvem o presidente nacional do partido, Antônio Rueda. Rueda é alvo de apurações sobre uma possível infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) em setores estratégicos da economia, o que adiciona um componente de crise política ao cenário. A coincidência de eventos levanta questionamentos sobre as motivações por trás do rompimento.
A decisão de rompimento do União Brasil, juntamente com o Progressistas (PP), com o governo Lula foi anunciada em setembro. Juntas, as duas legendas formam uma federação com expressiva representação no Congresso Nacional, somando 108 deputados federais e 14 senadores. Essa movimentação impacta diretamente a base de apoio do governo no Legislativo, exigindo novas articulações para garantir a governabilidade.