A Polícia Federal prendeu Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, na terça-feira (18), em Guarulhos, São Paulo. A prisão ocorreu no momento em que Vorcaro tentava deixar o Brasil em um jato particular, sendo posteriormente encaminhado à Superintendência da PF em São Paulo.
Um dia antes da prisão, havia sido anunciado um acordo de compra do Banco Master por um consórcio liderado pela Fictor Holding Financeira. A PF deflagrou uma operação com o cumprimento de cinco mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 25 de busca e apreensão, além de outras medidas cautelares, nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal.
Em um desdobramento impactante, o Banco Central (BC) decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master, menos de 24 horas após a manifestação de interesse do Grupo Fictor na aquisição da instituição. Segundo fontes próximas à situação, a liquidação inviabiliza a conclusão do acordo.
A decisão de liquidação foi assinada pelo presidente do BC, Gabriel Galípolo, e estende-se à Master SA Corretora de Câmbio. A EFB Regimes Especiais de Empresas foi designada como liquidante, recebendo amplos poderes para administrar e liquidar os ativos.
O mercado já especulava sobre a liquidação judicial do Master desde setembro, quando o BC negou a autorização para que o Banco de Brasília (BRB) adquirisse a instituição. O modelo de negócios do Master era considerado problemático, caracterizado pela emissão de papéis garantidos pelo FGC com taxas superiores às praticadas no mercado e pela aquisição de ativos de baixa liquidez.
