O Superior Tribunal de Justiça (STJ) se prepara para um novo capítulo no caso que chocou Brasília. Em 2 de setembro, será retomado o julgamento de Adriana Villela, acusada de ser a mandante do brutal assassinato de seus pais e da empregada doméstica, crime que ficou conhecido como o “Crime da 113 Sul”. Adriana foi condenada em 2019 a 61 anos de prisão, mas aguarda o julgamento dos recursos em liberdade.
Na última sessão, ocorrida em agosto, o ministro Sebastião Reis Júnior votou pela anulação da condenação desde a fase de instrução penal. Segundo o ministro, a defesa de Adriana foi prejudicada pela falta de acesso a vídeos cruciais com depoimentos de outros réus envolvidos no caso. O julgamento foi então suspenso após um pedido de vista do ministro Og Fernandes, resultando em um placar de 1 a 1.
O crime que vitimou o ministro aposentado do TSE, José Guilherme Villela, sua esposa, Maria Villela, e a empregada Francisca Nascimento, ocorreu em 31 de agosto de 2009. Os corpos foram encontrados em um apartamento na 113 Sul, em Brasília, apresentando um total de 78 perfurações causadas por faca. A investigação inicial foi controversa, marcada por irregularidades que levaram à condenação da delegada responsável, Martha Vargas, por fraude processual, falsidade ideológica, tortura e violação de sigilo funcional.
Após a substituição da equipe de investigação, três homens confessaram o crime e foram condenados em 2012 a 55 anos de prisão. Leonardo Campos Alves, Paulo Cardoso Santana e Francisco Mairlon Aguiar foram apontados como os executores do crime. A acusação sustenta que Adriana Villela contratou Leonardo para matar seus pais em troca de dinheiro e joias.
Agora, a defesa de Adriana Villela busca a anulação do júri e a realização de um novo julgamento. Os advogados alegam cerceamento de defesa, argumentando que a falta de acesso integral aos vídeos dos depoimentos comprometeu o direito ao contraditório. Adriana, por sua vez, sempre negou qualquer participação no crime.