Caso Dom e Bruno: Justiça ouve suspeitos de integrar organização criminosa na Amazônia

A Justiça do Amazonas iniciou, nesta quinta-feira (16), o interrogatório de Ruben Dario da Silva Villar, conhecido como “Colômbia”, e Amarildo da Costa de Oliveira, o “Pelado”. Ambos são apontados como figuras-chave em um esquema de organização criminosa que atuava com pesca e extração ilegais na região do Vale do Javari.

Os depoimentos de Colômbia e Pelado, que serão realizados por videoconferência, fazem parte de um inquérito distinto do processo que apura os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips. Neste processo, os dois suspeitos e outras oito pessoas são investigadas por organização criminosa na Justiça Federal de Tabatinga (AM).

Segundo investigações, Colômbia era o principal operador de um esquema de extração e venda ilegal de peixes no Vale do Javari, abastecendo comércios, hotéis e restaurantes em diversas cidades, incluindo Tefé e Manaus. Há ainda suspeitas de seu envolvimento com o tráfico internacional de drogas na região.

A Polícia Federal (PF) aponta Colômbia como o mandante dos assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips, ocorridos em junho. Ele exerceria influência sobre comunidades ribeirinhas cooptadas para a extração ilegal dentro da terra indígena do Javari, enquanto Pelado seria seu fornecedor. Ambos estão presos sob acusação de duplo homicídio.

Vale lembrar que Bruno Pereira trabalhava no treinamento de indígenas para a fiscalização do território, enquanto Dom Phillips reunia informações para um livro sobre a Amazônia, incluindo o trabalho do indigenista. A atuação de Bruno junto aos povos nativos, inclusive, gerava prejuízos financeiros aos exploradores.

Colômbia chegou a ser preso em julho por apresentar documento falso à PF, mas foi liberado para prisão domiciliar após pagamento de fiança. Posteriormente, ele voltou a ser preso por descumprir as condições impostas e permanece detido desde então.