A Câmara dos Deputados se prepara para iniciar a análise de medidas de corte de despesas já na próxima semana, conforme anunciou o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). A decisão surge em um momento em que o governo federal adota uma nova estratégia para facilitar a tramitação de seu pacote econômico no Congresso Nacional, dividindo-o em três partes distintas.
O projeto de revisão de isenções tributárias, no entanto, deve ser postergado. “Isenções ainda não, ficará mais para a frente um pouco. Mas queremos avançar”, declarou Motta após reunião com líderes partidários, indicando a prioridade inicial para o controle de gastos. A data exata para a votação do texto ainda não foi definida, conforme o presidente da Câmara.
Diante da resistência do Legislativo, o governo optou por segmentar o pacote econômico em propostas focadas em corte de despesas, revisão de isenções e aumento de arrecadação. A última inclui a elevação de tributos sobre casas de apostas, fintechs e o modelo de juros sobre capital próprio. Essa divisão estratégica visa atenuar a pressão política e permitir um avanço mais gradual das medidas.
Paralelamente, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), informou que o plenário também poderá votar, na próxima semana, propostas para reduzir gastos e aumentar a arrecadação governamental. Segundo Guimarães, mudanças na tributação de alguns setores só serão propostas após a análise dos projetos prioritários. “Tudo tem seu tempo. Nós ainda não resolvemos nem a parte das despesas. Vamos por partes”, explicou o líder.