Brasil Apresenta Estratégias de Financiamento Climático Inovadoras na ONU em Nova York

Em um evento de alto nível na sede da Organização das Nações Unidas em Nova York, o Brasil, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apresentou propostas ambiciosas para o financiamento de ações climáticas. O foco principal foi o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), uma iniciativa destinada a remunerar países pela preservação de suas florestas tropicais, juntamente com uma proposta de coalizão de mercados de crédito de carbono. O diálogo contou com a presença do Secretário-Geral da ONU, António Guterres, reforçando a importância global da iniciativa.

O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) almeja reunir um investimento inicial de US$ 25 bilhões de nações investidoras, atuando como capital júnior. A meta é ambiciosa: alavancar mais US$ 100 bilhões do setor privado como capital sênior nos próximos anos. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, enfatizou que “não é doação, mas uma iniciativa que opera com lógica de mercado, alavancando recursos privados a partir de investimentos públicos”, destacando a sustentabilidade financeira do projeto.

O mecanismo de financiamento prevê um repasse de US$ 4 bilhões por hectare de floresta tropical preservado, beneficiando potencialmente 74 países. Para qualificar-se, os países devem comprovar a conservação florestal através de monitoramento via satélite e destinar 20% dos recursos a povos indígenas e comunidades tradicionais, garantindo a inclusão social e o respeito aos direitos desses grupos. O TFFF, idealizado pelo governo brasileiro e lançado na COP28 em Dubai, já conta com o apoio de diversos países detentores de florestas tropicais e potenciais investidores.

André Aquino, assessor especial de Economia e Meio Ambiente do MMA, esclareceu que, embora o TFFF não seja formalmente um instrumento da UNFCCC, ele contribui diretamente para a redução de emissões, a conservação da biodiversidade e outros objetivos cruciais. O diálogo sobre o TFFF integra um evento mais amplo sobre ação climática, que inclui debates sobre mitigação, adaptação, financiamento e integridade da informação, cujos resultados serão apresentados em um relatório final com orientações para a COP30 em Belém.

As discussões em Nova York representam um esforço significativo do Brasil para mobilizar recursos financeiros e promover soluções inovadoras no combate às mudanças climáticas. Ao combinar investimentos públicos e privados, e ao remunerar a conservação florestal de forma transparente e inclusiva, o Brasil busca liderar um novo modelo de desenvolvimento sustentável e de cooperação internacional.