O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve sua prisão preventiva mantida após uma audiência de custódia realizada por videoconferência na tarde deste domingo. A sessão, com duração de aproximadamente 30 minutos, foi conduzida por um juiz auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Moraes, no entanto, não participou diretamente da audiência.
Durante a audiência, Bolsonaro justificou a tentativa de danificar a tornozeleira eletrônica como um possível efeito colateral de medicamentos, negando qualquer intenção de fuga. “Não tinha intenção de fugir”, teria afirmado o ex-presidente, segundo fontes próximas à defesa.
A decisão de manter a prisão preventiva ocorre em meio à investigação sobre a alegada violação da tornozeleira eletrônica. Relatórios da Secretaria de Administração Penitenciária apontam sinais de manipulação, queimaduras e tentativas de abertura do dispositivo. Bolsonaro admitiu ter utilizado um ferro de solda para tentar acessar a estrutura.
O episódio da tornozeleira, somado a relatos de possível busca por asilo na Embaixada dos Estados Unidos e temores de manifestações tumultuosas de apoiadores, foi crucial para a decisão de Moraes, que apontou risco de fuga. A tornozeleira será submetida a análise do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal para determinar a extensão dos danos e os instrumentos utilizados.
Bolsonaro permanece detido na Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal. Apenas a ata oficial da audiência será anexada ao processo, sem a divulgação do vídeo ao público. O prazo para a defesa apresentar explicações sobre a violação da tornozeleira se encerrou no mesmo dia da audiência.


