Bilionário Bernard Arnault Detona Proposta de Imposto sobre Grandes Fortunas na França

Bernard Arnault, o homem mais rico da Europa e CEO do conglomerado de luxo LVMH, expressou forte oposição a uma proposta de taxação sobre grandes fortunas idealizada pelo economista Gabriel Zucman. Arnault classificou a iniciativa como uma medida de “extrema-esquerda”, reacendendo o debate sobre a tributação de bilionários na França. A polêmica expõe as profundas divisões ideológicas sobre a justiça fiscal no país.

A proposta de Zucman, que defende uma alíquota de 2% sobre os maiores patrimônios, visa arrecadar cerca de 20 bilhões de euros anuais, impactando aproximadamente 1.800 famílias. A medida tem o apoio de setores da esquerda francesa, que argumentam ser uma forma de reduzir a desigualdade e financiar serviços públicos essenciais. Contudo, enfrenta forte resistência da direita, que teme a fuga de capitais e o impacto negativo na economia.

Arnault, cuja fortuna pessoal é estimada em US$ 157 bilhões, não poupou críticas a Zucman, referindo-se a ele como um “pseudoacadêmico”. O bilionário argumenta que a discussão sobre o imposto não é meramente técnica, mas sim uma tentativa de prejudicar a economia francesa e desestimular o investimento. “Não se trata apenas de números, mas do futuro da nossa nação”, declarou Arnault.

Em resposta, Zucman comparou a retórica de Arnault à utilizada por Donald Trump, ressaltando a importância de valorizar o conhecimento e a pesquisa. O economista recebeu apoio de figuras importantes da esquerda, como o socialista Olivier Faure, que acusou os ultra-ricos de falta de patriotismo, sugerindo que eles não estariam dispostos a contribuir para o bem-estar do país. A controvérsia evidencia a crescente tensão entre os defensores da justiça fiscal e os críticos do aumento da carga tributária.

A disputa acirrada entre Arnault e Zucman reflete um debate mais amplo na sociedade francesa sobre a tributação e a responsabilidade dos mais ricos. Enquanto a esquerda busca formas de financiar serviços públicos e reduzir a desigualdade, a direita se preocupa com as consequências econômicas de tais políticas, temendo que a imposição de impostos elevados possa levar à fuga de investimentos e talentos, prejudicando o crescimento econômico do país.