Após sete anos, Belém volta a ser palco do Colóquio de Fotografia e Imagem, evento que marca os 41 anos da Associação Fotoativa. A 11ª edição, que começa nesta quarta-feira (24), promete reacender o debate e a formação em fotografia na Amazônia, impulsionando uma nova geração de artistas e pesquisadores. O encontro, que segue até 27 de setembro, tem inscrições gratuitas e programação diversificada.
Com o tema “Tempos de Ver e [Re]ver – As Histórias da Fotografia nas Amazônias Paraenses”, o colóquio busca revisitar narrativas fotográficas regionais, dando visibilidade a agentes e territórios marginalizados. A programação, em parceria com o Sesc Ver-o-Peso e o Sesc Teatro Isaura Campos, inclui palestras, oficinas, exposições e mostras audiovisuais. O objetivo é aproximar pesquisadores, artistas e o público interessado na riqueza imagética da Amazônia.
A curadora do evento, Cláudia Leão, destaca a importância da retomada para a missão da Fotoativa. “Retomar o Colóquio é reafirmar nosso compromisso de revisitar e ampliar as discussões sobre a fotografia”, afirma. “Pensar outras histórias, outros territórios, outras vozes que fazem parte da Amazônia e que muitas vezes não estão contempladas na narrativa oficial.”
A programação formativa traz oficinas inéditas, como a de Fotografia Vegetal, com Evna Moura, explorando emulsões fotossensíveis a partir de pigmentos naturais. Joyce Nabiça ministra a oficina de Pinhole de tubinho, construindo câmeras artesanais, enquanto Geisa Brito propõe a oficina Afeto, memória e escrevivências amazônidas, unindo fotografia e desenho. Leituras de portfólio e rodas de conversa complementam a programação.
O evento também contará com a Mostra de Filmes Coletivos e o lançamento do livro Memórias Autônomas do Quilombo da Campina-Vila União e o Direito ao Olhar. O encerramento será com a pesquisadora Rosane Borges, referência em regimes de produção de imagem e pensamento decolonial. O Colóquio tem patrocínio da Petrobras, via Lei Federal de Incentivo à Cultura, reforçando o compromisso com a descentralização do conhecimento e a valorização da arte na Amazônia.