Bebê de 1 ano morre de câncer após médicos confundirem inchaço com ‘marcas de agressão’

Uma bebê de um ano morreu vítima de um sarcoma, tipo raro de câncer, depois de meses de atraso no diagnóstico. O caso ganhou repercussão no Reino Unido porque os primeiros sinais da doença foram confundidos por médicos com suspeita de agressão, o que impediu o início imediato do tratamento.

Em janeiro de 2023, Kayleigh Reid, de 27 anos, percebeu um pequeno caroço no rosto da filha, Delilah-Rai Reid-Floyd, durante o banho. No dia seguinte, levou a menina ao médico, mas, em vez de solicitar exames, o profissional levantou a hipótese de maus-tratos.

Diagnósticos tardios e falhas no atendimento

Somente após uma tomografia foi constatada uma lesão nos seios paranasais. A mãe foi orientada a aguardar contato da equipe médica, mas a ligação nunca aconteceu. O retorno só ocorreu em abril, quando o nódulo já havia crescido. Em julho, uma biópsia confirmou a presença de um tumor maligno.

O câncer já havia comprometido parte dos ossos do rosto de Delilah. Os médicos chegaram a cogitar uma reconstrução com placa de titânio, mas descartaram a cirurgia por causa do estado delicado da bebê. Ela iniciou quimioterapia, mas morreu dias depois.

Acusação de negligência

Kayleigh, que é mãe de outras quatro crianças, responsabiliza o NHS (sistema público de saúde britânico) pelas falhas no acompanhamento.

“Com tantos atrasos e diagnósticos errados, acredito que o sistema negligenciou minha bebê. Ela era a menina mais doce, carinhosa e travessa”, desabafou.