Um ataque aéreo atribuído a Israel resultou na morte de Ahmed al-Rahawi, primeiro-ministro do governo Houthi no Iêmen, segundo comunicado emitido pelos rebeldes neste sábado (30). O incidente, ocorrido na quinta-feira (28), em Sanaa, também teria vitimado diversos ministros do governo Houthi, ampliando ainda mais a instabilidade em um país já devastado por anos de conflito. A informação foi divulgada pelos Houthis, grupo xiita apoiado pelo Irã que controla grande parte do norte do Iêmen.
De acordo com os Houthis, Al-Rahawi foi morto durante um workshop governamental que avaliava as atividades e o desempenho do governo rebelde no último ano. Israel, por sua vez, confirmou ter realizado um ataque aéreo em Sanaa na quinta-feira, alegando ter “atingido precisamente um alvo militar do regime terrorista Houthi”. A escalada ocorre em meio à crescente tensão regional, impulsionada pelos ataques dos Houthis contra Israel em solidariedade ao Hamas na Faixa de Gaza.
Ainda nesta semana, outros ataques aéreos israelenses em Sanaa deixaram um rastro de destruição, resultando em pelo menos 10 mortos e mais de 100 feridos, segundo informações do ministério da saúde e autoridades do governo Houthi. Esses eventos recentes intensificam o conflito em curso e levantam sérias preocupações sobre o crescente número de vítimas civis. A situação humanitária no Iêmen, já considerada uma das piores do mundo, se agrava ainda mais com a intensificação dos combates.
Os Houthis, que controlam Sanaa desde 2014, representam um desafio significativo para o governo internacionalmente reconhecido do Iêmen. Uma coalizão liderada pela Arábia Saudita interveio militarmente no país para tentar conter os rebeldes, mas não obteve sucesso em restaurar o governo. O conflito resultou em uma prolongada guerra civil que já causou centenas de milhares de mortes e deixou milhões de pessoas à beira da fome.
O grupo Houthi, alinhado ao Irã e parte do chamado “eixo de resistência”, declara oposição ferrenha a Israel e aos Estados Unidos. Essa postura ideológica fica clara em seu lema: “Alá é grande, morte à América, morte a Israel, maldição aos judeus, vitória ao Islã”. Os ataques contínuos e a morte do primeiro-ministro Houthi indicam uma escalada perigosa no conflito, com potenciais implicações regionais e internacionais.