Um ataque aéreo atribuído à junta militar de Mianmar teria resultado na morte de pelo menos 19 estudantes do ensino médio no estado de Rakhine, no oeste do país. A denúncia foi feita neste sábado (13) por um grupo armado de uma minoria étnica, o Exército de Arakan (AA), que controla extensas áreas da região e se opõe ao regime militar estabelecido após o golpe de Estado de 2021.
Segundo o comunicado divulgado pelo AA, o ataque teve como alvo duas escolas de ensino médio particulares na cidade de Kyauktaw, pouco depois da meia-noite de sexta-feira. As vítimas, descritas como estudantes “inocentes” com idades entre 15 e 21 anos, foram atingidas enquanto dormiam. Além dos mortos, o ataque deixou 22 feridos, elevando a preocupação com a escalada da violência na região.
A mídia local Myanmar Now reportou que um avião da junta militar lançou duas bombas de aproximadamente 227 kg sobre uma das escolas. A Unicef condenou o “ataque cruel”, alertando para a crescente devastação e o alto preço que crianças e famílias estão pagando em Rakhine. A agência da ONU ressaltou que a violência agrava uma situação humanitária já precária.
A situação em Rakhine já era crítica antes do ataque. Em agosto, a ONU revelou que 57% das famílias no centro do estado enfrentavam dificuldades para suprir suas necessidades alimentares básicas, um aumento significativo em relação aos 33% registrados em dezembro. A ONU ainda alertou que a situação pode ser ainda pior em áreas menos acessíveis do país.
O conflito em Mianmar se intensificou desde o golpe militar de 2021, com diversos grupos étnicos armados se opondo ao regime. O ataque às escolas em Rakhine é mais um exemplo da escalada da violência e da crise humanitária que afeta o país. A comunidade internacional acompanha com apreensão os desdobramentos da situação e pede o fim da violência e o respeito aos direitos humanos.