O partido de centro-direita liderado pelo Chanceler Friedrich Merz manteve sua posição dominante nas recentes eleições municipais na Renânia do Norte-Vestfália, o estado mais populoso da Alemanha. A legenda conservadora obteve cerca de 33% dos votos, repetindo o desempenho da eleição anterior. Contudo, o resultado esconde uma mudança preocupante no cenário político alemão.
O grande destaque do pleito ficou por conta do partido de direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que triplicou sua votação no estado, saltando de 5% para quase 15%. Esse crescimento demonstra uma expansão da influência da AfD para além de seu tradicional reduto no leste do país, a antiga Alemanha Oriental, alcançando agora a região ocidental, mais rica e populosa.
Analistas políticos apontam que o aumento do custo de vida, impulsionado pela crise energética e pela guerra na Ucrânia, juntamente com as preocupações em torno da imigração e criminalidade, têm alimentado o apoio à AfD. “O crescimento da AfD reflete o descontentamento de parte da população com as políticas tradicionais”, afirma um especialista em política alemã.
Com lideranças como Alice Weidel ganhando cada vez mais visibilidade, o partido exerce crescente pressão sobre o governo de Merz. O chanceler enfrenta agora o desafio de conter a ascensão da direita radical nos próximos anos, em um contexto similar ao observado em outros países europeus, onde partidos de extrema-direita têm conquistado espaço eleitoral.
A guinada à direita no cenário político alemão representa um desafio significativo para os partidos tradicionais, tanto conservadores quanto social-democratas. O futuro da política alemã dependerá da capacidade dessas forças em responder às preocupações da população e conter o avanço da AfD.