Alvo da CPMI do INSS nega ser o ‘Careca’ e se recusa a responder perguntas

Antônio Carlos Camilo Antunes, empresário preso sob acusação de desvio de recursos da Previdência Social, compareceu à CPMI do INSS nesta quinta-feira (25) e negou veementemente ser o indivíduo conhecido como “Careca do INSS”. O apelido surgiu durante as investigações sobre o esquema de fraudes.

Em seu depoimento, Antunes descreveu o apelido como um “personagem fictício” criado para incriminá-lo. Ele se apresentou como um “empreendedor nato”, com uma trajetória de quase cinco décadas no setor de serviços, buscando desvincular sua imagem das acusações. “Jamais fui esse personagem fictício, o chamado Careca do INSS. Esse rótulo induziu a sociedade a acreditar em uma narrativa fantasiosa”, declarou o empresário.

Contudo, a negativa não impediu que parlamentares continuassem a se referir a ele pelo apelido durante a sessão. O relator da CPI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), chegou a afirmar que a comissão estava diante do “autor do maior roubo aos aposentados”, demonstrando a desconfiança em relação ao depoimento.

Em um momento de tensão, Antunes optou por permanecer em silêncio diante dos questionamentos do relator. Justificou sua atitude alegando já ter sido “julgado e condenado” em depoimentos anteriores da comissão. A recusa em responder gerou exaltação entre parlamentares e advogados de defesa, culminando na suspensão temporária da sessão pelo vice-presidente da CPI, deputado Duarte Jr. (PSB-MA).

Antunes foi preso pela Polícia Federal no dia 12 e é apontado como peça-chave no esquema de desvio de valores de aposentadorias e pensões. Segundo os investigadores, empresas ligadas a ele atuavam como intermediárias financeiras de associações suspeitas de realizar descontos irregulares em benefícios do INSS. Em sua defesa, o empresário nega qualquer envolvimento nas fraudes e afirma que suas empresas apenas prestavam serviços às entidades investigadas. Seu depoimento era aguardado com grande expectativa pela CPI, que continua investigando o papel de empresários e associações no esquema.