A estudante de 15 anos que atacou a diretora de um colégio estadual em Bela Vista do Paraíso, no Norte do Paraná, já havia protagonizado outros episódios de agressão e intimidação dentro da mesma instituição. O mais recente foi registrado pelas câmeras de segurança instaladas na secretaria da escola.
Nas imagens, a jovem aparece sentada próximo à porta enquanto conversava com a diretora. Em seguida, levanta-se de forma repentina e desfere tapas e puxões de cabelo contra a servidora. Três funcionárias tentam contê-la, mas a aluna reage com chutes e volta a investir contra a vítima.
De acordo com o delegado Marcos Rubira, da 32ª Delegacia Regional da Polícia Civil, a adolescente tem histórico de comportamento agressivo. O vídeo mostra ainda o momento em que ela consegue se soltar, pega uma tesoura sobre a mesa e tenta utilizá-la contra a diretora, sendo novamente contida pelas funcionárias. A gestora sofreu apenas ferimentos leves, como arranhões no pescoço.
Testemunhas relataram que, pouco antes da agressão, a estudante havia saído da sala sem autorização, batido nas portas de outras turmas e foi abordada pela diretora, que a conduziu até a secretaria. Foi nesse local que a situação se agravou.
Segundo a Polícia Civil, a adolescente tem diagnóstico de Transtorno Desafiador de Oposição (TOD), condição marcada por resistência a regras e confronto com figuras de autoridade. A jovem, que possui força física acima da média, já teria usado a agressividade para intimidar colegas.
Em outro episódio, ela chegou a tomar o celular de uma colega de 11 anos, utilizar o aparelho para se passar pela vítima em conversas com a mãe dela e até tentar vender o dispositivo.
“Essa adolescente já vem sendo acompanhada pela Rede de Proteção e pelo Núcleo de Educação, mas infelizmente, ontem, ela teve uma explosão de raiva que exige um novo estudo e outras formas de atenção”, afirmou o delegado Rubira.
Dados do Ministério da Educação indicam que menos de 40% dos estudantes entre 12 e 15 anos respeitam professores e equipes pedagógicas nas escolas brasileiras, cenário que ajuda a contextualizar a gravidade do caso.