A Polícia Penal do Distrito Federal iniciou um monitoramento integral nos arredores da residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília. A medida, implementada nesta quarta-feira (27), atende a uma ordem expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e a um pedido conjunto da Polícia Federal (PF) e da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A ação foi motivada por um “risco concreto” de que Bolsonaro tente evadir-se do país, buscando asilo político no exterior. A Polícia Federal, em documento encaminhado ao STF, expressou preocupação com a possibilidade de o ex-presidente buscar refúgio na Embaixada dos Estados Unidos para posteriormente solicitar asilo.
A decisão de Moraes também se fundamentou em evidências colhidas pela PF, incluindo um rascunho de pedido de asilo político ao presidente argentino, Javier Milei. Além disso, o ministro considerou a iminência do julgamento de Bolsonaro por suposta tentativa de golpe de Estado como um fator de risco para a segurança nacional.
A vigilância será realizada por agentes em veículos discretos, que se revezarão no perímetro da residência. A ordem de Moraes estabelece que o monitoramento seja contínuo e discreto, evitando “exposição indevida, inclusive midiática”, conforme transcrito na decisão judicial.
Ademais, o ministro determinou que a operação de vigilância não deve infringir a privacidade do ex-presidente ou causar incômodo à vizinhança. A discrição se estende ao uso de uniformes e armamento, cuja utilização ficará a critério dos agentes responsáveis pelo monitoramento.
