Alerta da ONU: 2025 Pode Ser um dos Anos Mais Quentes da História, Exigindo Ação Climática Urgente

As Nações Unidas emitiram um alerta preocupante nesta quinta-feira: 2025 se prepara para ser um dos anos mais quentes já registrados, mantendo a tendência alarmante de temperaturas elevadas observada na última década. Embora não deva ultrapassar 2024 como o ano mais quente, a agência meteorológica e climática da ONU projeta que 2025 ocupará o segundo ou terceiro lugar nesse ranking sombrio. A notícia chega em um momento crucial, às vésperas da COP30, a cúpula climática da ONU que será realizada em Belém do Pará.

Um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) adverte que as concentrações de gases de efeito estufa atingiram níveis recordes, alimentando o aumento do calor global. “Esta sequência sem precedentes de altas temperaturas, combinada ao aumento recorde dos níveis de gases de efeito estufa no ano passado, deixa claro que será praticamente impossível limitar o aquecimento global a 1,5 °C nos próximos anos sem superar temporariamente este objetivo”, declarou Celeste Saulo, diretora da OMM, em comunicado.

Apesar do cenário desafiador, Saulo enfatiza que a ciência ainda oferece esperança: “A ciência é igualmente clara quanto a que ainda é totalmente possível e essencial reduzir as temperaturas a 1,5 °C até o fim do século”. Os Acordos de Paris de 2015 estabeleceram a meta de limitar o aquecimento global bem abaixo de 2°C em relação aos níveis pré-industriais, buscando atingir 1,5°C, se possível.

O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, reforça a urgência da situação: “Cada ano que se supere o 1,5 °C afetará as economias, agravará as desigualdades e causará danos irreversíveis”. Ele clama por ação imediata: “Devemos agir agora, com grande rapidez e em grande escala, para que o excesso seja o menor, breve e seguro possível, e para que as temperaturas voltem a se situar abaixo de 1,5 °C antes de que o século termine”.

Dados da OMM revelam que os últimos 11 anos, de 2015 a 2025, serão os mais quentes em 176 anos de registros. A temperatura média perto da superfície nos primeiros oito meses deste ano já ultrapassou em 1,42 °C a média pré-industrial. Paralelamente, as emissões de gases de efeito estufa continuam a aumentar, impulsionadas por países como Índia, China, Rússia e Indonésia, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

A OMM destaca ainda os impactos visíveis do aquecimento, como a redução da extensão do gelo marinho no Ártico e na Antártida. Fenômenos meteorológicos extremos, incluindo inundações e incêndios florestais, têm causado “repercussões em cadeia nas vidas, nos meios de subsistência e nos sistemas alimentares”. A organização elogia os avanços nos sistemas de alerta precoce multirrisco, mas lamenta que 40% dos países ainda não os possuam, ressaltando a necessidade de medidas urgentes para preencher essas lacunas.