Uma operação de inteligência conjunta entre a Polícia Federal (PF) e a Polícia Militar (PM) resultou na descoberta e desarticulação de uma fábrica clandestina de fuzis AR-15 em Santa Bárbara d’Oeste, no interior de São Paulo. O local, que se passava por uma unidade de produção de peças aeronáuticas, fornecia armamento pesado para facções criminosas de São Paulo e do Rio de Janeiro, representando um duro golpe no crime organizado. A operação demonstra a eficiência da colaboração entre as forças de segurança no combate à produção e distribuição ilegal de armas.
A ação policial apreendeu 40 fuzis AR-15 em fase de finalização, prontos para serem distribuídos, além de um maquinário industrial de alta precisão, avaliado em milhões de reais. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), os equipamentos eram utilizados na usinagem das peças, indicando um alto nível de sofisticação na produção das armas. A apreensão representa um importante passo para desestruturar o fornecimento de armas para o crime.
A investigação, que durou cerca de dez dias, teve início após denúncias recebidas pela PF sobre a existência de uma fábrica de armamentos de fogo com tecnologia avançada. A Polícia Militar rastreou os criminosos, culminando na descoberta da fábrica clandestina. A vigilância revelou uma “movimentação atípica” na suposta fábrica de peças aeronáuticas, com intensa atividade noturna contrastando com a inatividade durante o dia, o que levantou suspeitas e motivou o aprofundamento da investigação.
As prisões de dois homens ocorreram em Americana (SP), enquanto descarregavam caixas contendo peças de fuzis em uma residência. No local, foram encontrados mais fuzis, munições e outras partes de armamento. De acordo com o delegado-chefe da PF em Campinas (SP), Edson Geraldo de Souza, o volume de componentes apreendidos seria suficiente para montar pelo menos 40 fuzis. Confrontados com as evidências, os suspeitos confessaram a fabricação das armas e indicaram o galpão onde o arsenal e a linha de produção eram mantidos.
Os dois presos, de 38 e 33 anos, foram autuados em flagrante por posse e comércio ilegal de arma de fogo, crimes com penas que podem chegar a 18 anos de reclusão. A Polícia Federal informou que as investigações continuarão para identificar outros envolvidos na rede de produção e distribuição de armas, buscando desmantelar completamente a organização criminosa. A expectativa é que novas prisões e apreensões ocorram nos próximos dias.