O governo do Rio de Janeiro apresentou nesta sexta-feira (31), na Cidade da Polícia, a primeira lista parcial de criminosos mortos durante a Operação Contenção, realizada na última terça-feira (28) nos complexos da Penha e do Alemão. A ação, que teve como objetivo combater o Comando Vermelho, resultou em mais de 120 mortes e é considerada a mais letal da história do estado. A operação escancarou a complexidade e o alcance do crime organizado no país.
De acordo com as autoridades, dos 119 mortos, 59 foram identificados até o momento, sendo que 22 deles são provenientes de outros estados. Durante a coletiva, o governo também exibiu as fichas criminais dos indivíduos. O Secretário de Segurança Pública, Victor dos Santos, o Secretário de Polícia Civil, Delegado Felipe Curi, e outros representantes das instituições de segurança estiveram presentes.
Além das mortes, a operação resultou na prisão de 113 pessoas, das quais 33 são de outros estados e 54 já possuíam antecedentes criminais. Segundo o delegado Felipe Curi, os mortos eram provenientes de quatro das cinco regiões do Brasil, demonstrando a abrangência da atuação dessas facções criminosas. A região Sul foi a única que não teve indivíduos mortos identificados na operação.
A lista divulgada inclui nomes como “Russo”, apontado como chefe do tráfico em Vitória, “Chico Rato”, líder do tráfico em Manaus, “Mazola”, chefe do tráfico em Feira de Santana, e Fernando Henrique dos Santos, suposto chefe do tráfico em Goiás. A divulgação desses nomes busca dar transparência à operação e demonstrar o impacto da ação nas estruturas criminosas interestaduais.
A Operação Contenção reacendeu o debate sobre as estratégias de combate ao crime organizado no Rio de Janeiro e no Brasil. A letalidade da ação gerou questionamentos sobre o preparo das forças de segurança e o respeito aos direitos humanos durante as operações. As autoridades, por sua vez, defendem a necessidade de ações enérgicas para desarticular as facções criminosas e garantir a segurança da população.
