A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) criticou duramente a megaoperação policial realizada nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, na última terça-feira (28). Conhecida por sua atuação em pautas sociais, a parlamentar classificou a ação como um “extermínio do povo preto”, levantando sérias questões sobre os métodos e a motivação da operação.
Em declarações contundentes, Erika Hilton questionou a legalidade e a ética da operação, afirmando que “não se pode matar pessoas sem identificação, entrar num território para atirar, torturar, decepar corpos, amarrar os braços e dizer que isso é método de segurança pública.” Ela ainda complementou, “Isso é estado de exceção, isso é extermínio do povo preto”.
A deputada também acusou o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, de usar a operação como palanque político, visando as eleições. Segundo Hilton, a ação serviu para promover uma imagem de “segurança pública que não existe”, transformando a operação em uma “chacina a céu aberto”. A operação é considerada a mais letal da história do estado, com um número de mortos que varia entre 121 e 132, de acordo com diferentes fontes.
Erika Hilton enfatizou a necessidade de novas abordagens para combater o crime organizado, defendendo a implementação de estratégias baseadas em inteligência, tecnologia e planejamento. “Nós precisamos de estratégia, de inteligência, de tecnologia, de planejamento para enfrentar o que tem sido essa epidemia da criminalidade no Brasil”, declarou. Ela critica a violência e a falta de critérios na operação, alegando que a ação penaliza o povo preto e pobre das favelas do Rio de Janeiro.
A operação, que mobilizou cerca de 2,5 mil agentes, também gerou críticas de entidades de direitos humanos, que denunciaram a alta letalidade e possíveis execuções e abusos. A ação tinha como alvo a cúpula do Comando Vermelho, uma das maiores organizações criminosas do país. A repercussão da megaoperação levanta um debate urgente sobre as políticas de segurança pública e seus impactos nas comunidades marginalizadas.


