Uma discussão acalorada tomou conta da Câmara de Vereadores de Araranguá (SC) durante a última sessão, com o vereador Jorge Ghiraldo (Republicanos) expressando forte descontentamento com o excesso de homenagens realizadas na Casa. O parlamentar, em discurso contundente, classificou as cerimônias como um “show de horrores”, alegando que a população cobra resultados mais concretos dos representantes.
O vereador, que também atua como delegado da Polícia Civil, não poupou palavras ao criticar a frequência das homenagens. “Nós temos que parar com isso. É homenagem pra cá, homenagem pra lá. A população não quer saber disso, quer que lutemos pelo município”, desabafou Ghiraldo, propondo inclusive uma mudança no regimento interno para limitar o número de homenagens a uma por parlamentar por mês.
Curiosamente, apesar das críticas, Ghiraldo concedeu apenas uma homenagem durante seu mandato, à professora Maria Terezinha Cardoso de Oliveira, de 75 anos. Sua proposta, no entanto, visa evitar o que ele considera um desvirtuamento do foco principal do trabalho legislativo: atender às demandas da população.
A reação à fala de Ghiraldo foi imediata, especialmente por parte do presidente da Câmara, Paulinho Souza (MDB), que classificou o discurso como “demagogo”. Em resposta firme, Souza defendeu a legalidade das homenagens, afirmando que “Quem comanda essa Casa é o regimento. Tudo foi feito conforme as regras. Se o senhor está desconfortável, faça um requerimento e renuncie ao seu mandato.”
O embate entre os vereadores rapidamente se espalhou pelas redes sociais, gerando debates acalorados entre os moradores de Araranguá sobre o papel das homenagens no Legislativo e a importância de equilibrar o reconhecimento de personalidades com a atuação em prol das necessidades do município.
