Oposição a Trump Protesta em Massa nos EUA Contra Ações ‘Autoritárias’

Milhares de pessoas tomaram as ruas em diversas cidades dos Estados Unidos neste sábado (18), em protesto contra o que consideram tendências autoritárias no governo de Donald Trump. As manifestações, batizadas de “No Kings” (Sem Reis), foram organizadas em resposta a políticas e ações recentes do presidente, incluindo a paralisação do governo e confrontos com o Congresso e o judiciário. O Partido Republicano, por sua vez, classificou os protestos como demonstrações de “ódio à América”.

Esta onda de manifestações representa a terceira grande mobilização desde o retorno de Trump à Casa Branca, com expectativa de ser a maior até o momento. O movimento ganha força em um cenário de impasse governamental, que resultou no fechamento de serviços federais e programas essenciais. A situação intensifica o debate sobre o equilíbrio de poder entre os Três Poderes, com críticos alertando para um possível avanço do Executivo sobre as prerrogativas dos demais.

O próprio Trump minimizou as críticas, afirmando em entrevista à Fox News que não se considera um rei. “Eles dizem que estão se referindo a mim como um rei. Eu não sou um rei”, declarou o presidente antes de participar de um evento de arrecadação de fundos em Mar-a-Lago, na Flórida, onde também foram previstos protestos nas proximidades.

Organizadores dos protestos, como Ezra Levin, cofundador do Indivisible, afirmam que o movimento está construindo uma oposição mais unificada às ações de Trump. Lideranças democratas, incluindo o senador Chuck Schumer e o senador independente Bernie Sanders, manifestaram apoio aos protestos, que consideram uma resposta à repressão da administração à liberdade de expressão e às políticas de imigração.

“Não há ameaça maior para um regime autoritário do que o poder do povo patriótico”, afirmou Levin, ressaltando o crescimento no número de inscritos para participar das manifestações. Mais de 2.600 protestos foram planejados em diversas cidades, organizados por centenas de parceiros da coalizão, com o objetivo de alcançar a maioria dos americanos em um raio de uma hora de carro.

Republicanos, por outro lado, buscam desqualificar os manifestantes, rotulando-os como radicais e os responsabilizando pela paralisação do governo. Líderes do partido, desde a Casa Branca até o Capitólio, têm se referido aos manifestantes como “comunistas” e “marxistas”, acusando democratas, como Schumer, de cederem à extrema-esquerda para manter o governo fechado. O presidente da Câmara, Mike Johnson, chegou a descrever os protestos como uma “manifestação de ódio à América”.

Em contrapartida, Bernie Sanders defendeu os protestos como uma expressão de amor à Constituição e à liberdade americana. “É uma manifestação de milhões de pessoas em todo este país que acreditam em nossa Constituição, que acreditam na liberdade americana”, declarou Sanders, acusando a liderança republicana e Donald Trump de tentarem transformar o país em uma sociedade autoritária.