Uma nova pesquisa Genial/Quaest aponta para um cenário em transformação na direita brasileira. Com Jair Bolsonaro inelegível até 2030 e enfrentando alta rejeição (57%), o eleitorado conservador começa a vislumbrar novas lideranças para as eleições de 2026. Michelle Bolsonaro e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, emergem como alternativas viáveis, disputando a preferência do eleitorado.
O levantamento revela que Michelle Bolsonaro alcança 16% das intenções de voto espontâneo entre eleitores de direita, enquanto Tarcísio registra 14%, configurando um empate técnico. Outros nomes como Ratinho Júnior, Pablo Marçal e Eduardo Leite, aparecem com menor expressão na pesquisa, indicando uma concentração maior nas duas principais alternativas ao ex-presidente.
A pesquisa também investigou o impacto da política de tarifas de Donald Trump sobre a imagem de Bolsonaro e seus aliados. De acordo com a Quaest, 55% dos entrevistados acreditam que Bolsonaro reagiu mal ao tema, e 71% desaprovam a imposição de tarifas por Trump, o que gerou reflexos negativos para a oposição bolsonarista.
Tarcísio de Freitas também sentiu o impacto da associação com o ex-presidente, com sua rejeição subindo de 33% para 39%. Entretanto, o governador paulista ainda é visto como uma aposta forte da direita em estados-chave como Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul, mostrando resiliência em sua base eleitoral.
Por outro lado, Michelle Bolsonaro consolida sua posição como alternativa competitiva, especialmente entre mulheres, evangélicos e eleitores de renda média. Seu crescimento de três pontos em relação à pesquisa anterior a coloca em um empate técnico com Tarcísio, demonstrando um potencial eleitoral significativo.
Enquanto isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantém a liderança na corrida presidencial de 2026. Segundo a Quaest, Lula aparece com 43% contra 35% de Tarcísio em um eventual segundo turno. O petista ampliou sua aprovação entre os mais pobres e no Nordeste, impulsionado pela percepção de queda nos preços dos alimentos e pela sua postura em relação às tarifas de Trump.
A pesquisa Genial/Quaest ouviu 2.150 pessoas entre 13 e 17 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.