O Torneio Rio-São Paulo, tradicional vitrine do futebol nacional, ganhou contornos épicos em 1958. A edição daquele ano não apenas coroou o Vasco da Gama como campeão, mas também serviu de palco para Vicente Feola lapidar futuros craques da Seleção Brasileira, então restrita a jogadores dos dois estados. O campeonato se tornou um laboratório crucial para a montagem do time que conquistaria o mundo na Suécia.
A partida que transcendeu o torneio foi o eletrizante Santos 7 x 6 Palmeiras, disputado no Pacaembu. Um duelo de tirar o fôlego, que, três meses antes da Copa, já prenunciava o talento que o Brasil levaria para os gramados suecos. A noite de 6 de março entrou para a história como um festival de gols e emoções.
Naquela noite memorável, o Palmeiras, sob o comando de Oswaldo Brandão, alinhou Edgar (Vitor), Edson, Dema, Waldemar Carabina, Waldemar Fiúme, Formiga (Maurinho), Paulinho, Nardo (Caraballo), Mazzola, Ivan e Urias. Do outro lado, o Santos de Lula escalou Manga, Hélvio, Dalmo, Fioti, Ramiro (Urubatão), Zito, Dorval, Jair, Pagão (Afonsinho), Pelé e Pepe. O Santos chegou a abrir 5 a 2 no primeiro tempo, mas o Palmeiras reagiu, virando o placar para 6 a 5, antes de o Santos selar a vitória por 7 a 6.
A intensidade do confronto foi tamanha que a Gazeta Esportiva estampou: “Espetáculo pirotécnico de gols”. E não era para menos. Dentre os jogadores que brilharam naquela noite, Pelé, Zito, Pepe e Mazzola integrariam a Seleção Brasileira na Copa do Mundo, comprovando o nível de excelência do torneio Rio-São Paulo.
1958 marcou a explosão de Pelé para o mundo. Com apenas 17 anos, o jovem talento encantou na Copa da Suécia e ainda cravou um recorde impressionante de 58 gols no Campeonato Paulista, consolidando um ano inesquecível para o futebol brasileiro.



