Em um momento de crescente preocupação com a situação humanitária em Gaza, o governo alemão reafirmou sua postura de não reconhecimento da Palestina como Estado. A decisão, segundo um representante do governo, visa não comprometer os esforços para uma solução de dois Estados negociada com Israel. Stefan Kornelius, porta-voz do governo, enfatizou que o reconhecimento palestino deve ser o resultado de negociações bem-sucedidas, não um precursor.
Simultaneamente, a ONU soa o alarme sobre a fome que se instala em Gaza, com Tom Fletcher, diretor de ajuda humanitária, apontando para uma “obstrução sistemática” por parte de Israel como fator agravante. A situação, segundo ele, “poderia ter sido evitada”. A crise humanitária na região se intensifica, colocando pressão sobre a comunidade internacional para encontrar soluções urgentes.
Enquanto a Alemanha mantém sua posição, cerca de 75% dos países membros da ONU já reconheceram a Palestina como Estado, incluindo Brasil, Portugal, Espanha, Noruega e Eslovênia. Esses países manifestaram apoio ao reconhecimento em resposta à guerra liderada pelo governo de Benjamin Netanyahu. Essa divergência de opiniões destaca a complexidade da questão palestina no cenário internacional.
O chanceler alemão, Johann Wadephul, reconheceu a “responsabilidade especial” da Alemanha em relação a Israel, ao mesmo tempo em que admitiu que a situação em Gaza é alarmante e não pode ser ignorada. A declaração reflete o delicado equilíbrio que a Alemanha busca manter entre o apoio a Israel e a necessidade de abordar a crescente crise humanitária em Gaza.