O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizaram um encontro virtual nesta segunda-feira, marcando uma tentativa de distensionar a relação bilateral. A conversa, aguardada com expectativa nos círculos diplomáticos, ocorreu em um momento crítico, com a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros por parte de Trump como pano de fundo.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou o tom positivo da reunião, realizada no Palácio da Alvorada e acompanhada por outros membros do governo, incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin. Uma nota oficial do Palácio do Planalto, com detalhes sobre os temas abordados, é esperada para breve.
A aproximação entre os líderes ganhou força após um breve encontro na ONU, onde Trump expressou ter sentido uma boa “química” com Lula. O presidente brasileiro, respondendo ao gesto, afirmou que “aquilo que parecia impossível deixou de ser impossível e aconteceu”, demonstrando abertura para o diálogo.
Apesar do tom cordial, a disputa em torno da situação do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão, permanece um ponto de tensão. A taxação imposta por Trump é vista como uma tentativa de interferência nos assuntos internos do Brasil, com o objetivo de influenciar o caso Bolsonaro.
Lula tem reiterado a disposição em negociar questões comerciais, mas enfatiza que a soberania nacional é inegociável. Temas como a exploração de terras raras e a regulamentação das big techs também estão na agenda. Resta saber se o “otimismo” de Haddad se traduzirá em um recuo de Trump em relação às tarifas, como forma de suavizar as relações bilaterais.
