Uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desmantelou uma quadrilha que aplicava golpes em homens que buscavam programas sexuais online. O grupo criminoso, liderado por uma mulher, utilizava o nome da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) para intimidar as vítimas e extorquir dinheiro. A operação, batizada de “Falso Anúncio”, resultou no cumprimento de cinco mandados de prisão e busca e apreensão.
O esquema fraudulento se desenrolava em duas etapas distintas. Inicialmente, Ketlin Tatiele Santana Amaral, de 23 anos, atraía as vítimas com anúncios falsos e um discurso sedutor, solicitando uma taxa de R$ 100 para supostas despesas de “manutenção do quarto”. A estratégia de sedução era crucial para fisgar os alvos.
Após o pagamento inicial, a abordagem se tornava ameaçadora. Outros membros da quadrilha, sem nenhuma ligação real com o PCC, entravam em contato se passando por membros da facção. Sob fortes ameaças, exigiam quantias adicionais, alegando que o cliente havia infringido as “regras da facção”, sob pena de severas punições.
A “vergonha” das vítimas era a principal arma da quadrilha, como explicou o delegado-chefe da 15ª DP, João de Ataliba. “Eles sabiam que a vergonha era a arma mais forte”, afirmou o delegado, complementando que se tratava de “um sequestro moral disfarçado de ameaça criminosa”. Muitos homens, temendo a exposição de suas vidas íntimas, cediam às extorsões em silêncio.
A investigação, iniciada em fevereiro deste ano após a denúncia de uma vítima de 31 anos, contou com o apoio da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). Durante as buscas, foram apreendidos celulares e computadores que serão periciados para rastrear a rede de golpes, que, conforme a polícia, atuava em diversos estados do país.