O ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar em Brasília desde o início de agosto, recebeu um grupo de 17 pessoas para orações em sua residência na noite da última quarta-feira (24). Contudo, a presença de um indivíduo específico foi vetada por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
A restrição imposta pelo STF recaiu sobre o bispo Robson Lemos Rodovalho, figura conhecida como fundador da Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra e ex-deputado federal. O ministro Alexandre de Moraes justificou a decisão alegando “desvio de finalidade”, argumentando que o encontro religioso não deveria ser utilizado para visitas não autorizadas.
Conforme o documento assinado por Moraes, o objetivo principal era impedir que o grupo de oração fosse instrumentalizado para contornar as restrições de visitas impostas a Bolsonaro. “O ‘Grupo de Orações’ não pode ser utilizado com desvio de finalidade, acrescentando diversas e distintas pessoas como integrantes somente para a realização de visitas não especificamente requeridas”, declarou o ministro.
A proximidade entre Jair Bolsonaro e Robson Rodovalho é notória. Em 2021, quando ainda ocupava a presidência da República, Bolsonaro agraciou o bispo com a Ordem do Rio Branco, a mais alta honraria concedida pelo governo brasileiro por serviços prestados ao país.
Em sua decisão, Moraes autorizou a visita do grupo de oração, desde que restrita aos membros originalmente solicitados. “Defiro a autorização de visita das seguintes pessoas, no dia 24/9/2025, para a realização do ‘Grupo de Orações’, somente com as pessoas solicitadas, desde os primeiros requerimentos, como integrantes do referido grupo”, concluiu o ministro.
