Bolsonaro Avalia Redução de Pena para Evitar Regime Fechado, Apontam Aliados

Em meio à condenação de 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe de Estado, aliados de Jair Bolsonaro (PL) indicam que o ex-presidente estaria disposto a aceitar um projeto de redução de pena, desde que mantida a prisão domiciliar. A avaliação interna é que Bolsonaro, diante da fragilidade de sua situação jurídica, busca evitar a possibilidade de progressão para o regime fechado.

Fontes próximas ao ex-presidente revelam que a decisão final sobre a atuação do PL no Congresso caberá a ele. Embora o partido continue a defender a anistia ampla como prioridade, há um reconhecimento das dificuldades impostas pela resistência no Senado e pelas articulações do relator Paulinho da Força (Solidariedade-SP). A apresentação do texto do relator nos próximos dias é aguardada com expectativa.

Nos bastidores, a percepção de que a anistia dificilmente será aprovada ganha força. Diante desse cenário, a alternativa em estudo seria garantir uma redução de pena que, combinada com a idade de Bolsonaro (70 anos) e seu estado de saúde, o manteria em prisão domiciliar. Essa estratégia visa assegurar sua permanência nessa condição até uma eventual mudança política em 2026, quando um novo presidente de direita poderia conceder-lhe indulto.

A defesa de Bolsonaro concentra esforços em reverter as medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes (STF), sob o argumento de que a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) não incluiu o ex-presidente. Simultaneamente, aliados intensificam o discurso sobre a fragilidade da saúde de Bolsonaro, mencionando crises de soluço com vômitos, quedas de pressão, internações recentes e sinais de depressão. O receio é que, em um presídio ou carceragem da Polícia Federal, ele não resista fisicamente.

Em relação à estratégia a ser adotada, líderes bolsonaristas divergem. Enquanto o deputado Zucco (PL-RS) mantém a defesa da anistia, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) argumenta que a dosimetria da pena é uma atribuição do Poder Judiciário. Contudo, o próprio Bolsonaro, em reuniões recentes, demonstrou estar ciente das dificuldades e autorizou sua bancada a tentar aprovar destaques no plenário, sinalizando uma possível mudança de tática.