Uma flotilha de ativistas pró-palestinos, que busca entregar ajuda humanitária na Faixa de Gaza, relatou ter sofrido um ataque com múltiplos drones próximo à costa da Grécia nesta quarta-feira (24). O incidente, que teria provocado explosões em algumas embarcações, ocorre em meio a tensões e questionamentos sobre a legalidade e segurança da missão. A flotilha, que inclui a ativista ambiental Greta Thunberg e outras personalidades, já havia denunciado incidentes similares no início de setembro, perto da Tunísia.
De acordo com um comunicado da flotilha Global Sumud, os barcos foram alvos de “múltiplos drones, objetos não identificados lançados, comunicações bloqueadas e explosões”. Os ativistas afirmam ter ouvido mais de dez explosões e registrado danos causados por objetos arremessados sobre os convés. “Não nos intimidarão”, declarou a flotilha, reiterando a intenção de romper o bloqueio israelense e levar assistência à população de Gaza.
O deputado polonês Franek Sterczewski, que está a bordo de um dos barcos, relatou na rede social X que 13 ataques foram registrados contra dez embarcações. A ativista alemã Yasemin Acar confirmou que cinco barcos foram alvejados, enfatizando que a missão transporta apenas ajuda humanitária e não representa uma ameaça. Um vídeo divulgado pela flotilha mostra uma explosão supostamente filmada do barco “Spectre”, corroborando a denúncia.
Contudo, a Guarda Costeira grega apresentou uma versão diferente dos fatos. Segundo a agência, uma patrulha da Frontex, agência de fronteiras da União Europeia, se aproximou de um dos barcos e não encontrou sinais de danos. “O veleiro estava bem. Não havia danos. Os tripulantes mencionaram o incidente, mas não foi determinado que tivesse ocorrido”, afirmou uma porta-voz da Guarda Costeira. A Frontex, ao ser contactada, não confirmou nem negou o incidente.
A flotilha, composta por 51 barcos, partiu de Barcelona com o objetivo de entregar ajuda ao território palestino, que enfrenta uma grave crise humanitária. Os organizadores da missão buscam “abrir um corredor humanitário e pôr fim ao genocídio em curso do povo palestino” em meio ao conflito entre Israel e Hamas. O governo israelense já declarou que não permitirá a entrada da flotilha em Gaza, aumentando a incerteza sobre o futuro da missão.



