Trump Levanta Nova Polêmica ao Associar Tylenol ao Autismo, Ignorando Consenso Científico

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reacendeu uma discussão controversa ao sugerir, em declarações recentes, uma possível ligação entre o uso de paracetamol (princípio ativo do Tylenol) e o aumento de casos de autismo. Trump defendeu que o medicamento deveria ser evitado por gestantes e crianças, gerando preocupação entre especialistas e pais. Suas alegações, contudo, carecem de respaldo científico e contrariam o consenso médico estabelecido.

Durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca, Trump expressou sua opinião de forma enfática: “Não se deve dar Tylenol a uma criança”. Ele chegou a mencionar Cuba, alegando que a falta de acesso ao medicamento no país estaria relacionada à baixa incidência de autismo, uma afirmação sem qualquer evidência que a sustente. A postura do ex-presidente levanta sérias questões sobre a disseminação de informações não verificadas e seus potenciais impactos na saúde pública.

Além disso, Trump voltou a abordar temas relacionados à vacinação, reiterando preocupações infundadas sobre a presença de mercúrio e alumínio nas vacinas. Ele também defendeu que as doses contra sarampo, caxumba e rubéola (MMR) deveriam ser administradas separadamente e questionou a necessidade de vacinar recém-nascidos contra hepatite B. Mais uma vez, suas declarações não foram acompanhadas de dados ou estudos que as comprovassem.

A Casa Branca divulgou um gráfico mostrando um aumento nas taxas de autismo em crianças nos EUA entre 2000 e 2022. Dados do CDC indicam que a prevalência quase quadruplicou em 22 anos, passando de 1 caso a cada 150 crianças para 1 em cada 31. No entanto, especialistas apontam que esse aumento pode ser atribuído a melhorias no diagnóstico e na conscientização sobre o autismo, e não necessariamente a fatores causais como o uso de paracetamol.

Diante da repercussão das declarações de Trump, é fundamental ressaltar que o paracetamol é um medicamento amplamente utilizado e considerado seguro quando administrado corretamente, seguindo as orientações médicas. A automedicação, no entanto, deve ser evitada, e qualquer preocupação em relação à saúde deve ser discutida com um profissional qualificado.