Uma Comissão Internacional de Inquérito da ONU acusou a Rússia de cometer crimes contra a humanidade ao forçar o deslocamento de civis ucranianos. As ações, que incluem a instilação de terror, visam consolidar o controle russo sobre territórios ocupados e áreas de expansão na Ucrânia. A denúncia foi apresentada nesta segunda-feira (22) perante o Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra.
Segundo Erik Mose, presidente da comissão, o terror disseminado entre a população ucraniana forçou milhares a fugir de suas casas. As investigações revelaram que os ataques com drones e as deportações são parte de um esforço coordenado das autoridades russas para expandir e fortalecer seu domínio sobre o território ucraniano. “Obrigá-los a sair faz parte dessa estratégia”, afirmou Mose.
A comissão detalhou que ataques russos atingiram localidades ao longo de uma faixa de 300 quilômetros na margem direita do rio Dniepre, área sob controle ucraniano. Forças armadas russas têm como alvo civis em movimento e bens civis, incluindo residências e infraestrutura essencial, nas províncias de Kherson, Dnipropetrovsk e Mykolaiv.
Os ataques são frequentemente realizados por drones a partir de posições na margem esquerda do rio, permitindo observação e acompanhamento em tempo real dos alvos. De acordo com a comissão, vídeos de civis sendo mortos ou feridos, amplamente divulgados em canais do Telegram ligados às forças russas, configuram crimes de guerra.
Além disso, a comissão reportou que equipes de resgate, ambulâncias e bombeiros também foram alvos de drones, impedindo o auxílio às vítimas após os ataques. O uso de armas explosivas em áreas povoadas continua sendo a principal causa de mortes e ferimentos entre civis, com um aumento de 40% em relação ao ano anterior, conforme dados da ONU.


