Milhares de manifestantes tomaram as ruas de 22 capitais brasileiras neste domingo, expressando forte oposição à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apelidada de “PEC da Blindagem” e à crescente discussão sobre anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Os atos, impulsionados por movimentos civis e parlamentares, evidenciam a crescente pressão popular sobre o Congresso Nacional em relação a temas considerados cruciais para a democracia e a justiça.
Em Brasília, a Esplanada dos Ministérios foi palco de uma mobilização que reuniu desde parlamentares da base governista até militantes de centro-esquerda. O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) inflamou o público, declarando ser “o dia de enterrar a PEC da Bandidagem” e reforçando o coro de “sem anistia, sem revisão de penas para Bolsonaro”, conforme compartilhado em suas redes sociais.
O ex-ministro José Dirceu também marcou presença no evento, criticando o Congresso e defendendo reformas institucionais. “Nós precisamos tomar consciência que, para mudar esse país, precisa mudar o Congresso Nacional”, afirmou, referindo-se à suposta obstrução de projetos prioritários do governo, como a isenção do Imposto de Renda e o vale-gás.
A deputada Erika Kokay (PT-DF) expressou seu entusiasmo com a adesão popular, ressaltando a importância da memória e do amor à democracia na luta contra a anistia e a PEC. Já o deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSD-DF), ex-governador do Distrito Federal, vislumbrou um “despertar da democracia” na participação massiva da população nos protestos.
As manifestações, que ganharam força em todo o país, miram tanto a PEC da Blindagem quanto o Projeto de Lei da Anistia, ambos em tramitação no Congresso. A proposta de anistia, em particular, tem gerado grande controvérsia por prever o perdão judicial aos envolvidos na tentativa de golpe de 2023, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ampliando a pressão pública sobre o Legislativo.