Em discurso inflamado durante evento do partido italiano A Liga, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) elevou o tom contra o sistema judiciário brasileiro. Ele alegou que o Brasil “perdeu a sua soberania” e classificou o Supremo Tribunal Federal (STF) como uma “corte de cassação” que persegue opositores políticos. O evento, realizado em Roma, contou com a participação de Matteo Salvini, vice-premiê e líder da legenda italiana.
Segundo o senador, a atuação de alguns magistrados da corte se assemelha à de governos autoritários. Sem citar nomes, Flávio Bolsonaro fez referência ao ministro Alexandre de Moraes, mencionando sanções sofridas pelo magistrado e um episódio ocorrido em Roma. Ele alegou que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado injustamente por criticar o sistema eleitoral.
O senador comparou a situação de Bolsonaro com a de opositores políticos em regimes autoritários. “Assim como os ditadores Maduro, na Venezuela, e Daniel Ortega, na Nicarágua, fizeram com seus opositores políticos”, afirmou Flávio Bolsonaro, buscando equiparar a situação política brasileira à de regimes ditatoriais.
Durante seu discurso, Flávio Bolsonaro fez um apelo direto ao governo italiano. Ele pediu para que a Itália negue os pedidos de extradição de Carla Zambelli (PL-SP) e do ex-assessor do TSE, Eduardo Tagliaferro, ambos alvos de mandados de prisão expedidos pelo STF e que se encontram em território italiano. “Peço que a Itália não mande Carla Zambelli de volta ao Brasil, pois lá ela poderá morrer na cadeia injustamente”, declarou o senador.
Além de Zambelli, Flávio Bolsonaro mencionou o irmão, Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Segundo o senador, Eduardo estaria “exilado nos Estados Unidos com sua família” por temer represálias. Ele argumentou que há perseguição política no Brasil e que os investigados buscam refúgio no exterior por se sentirem mais seguros.
