Em um movimento diplomático coordenado, Reino Unido, Canadá e Austrália anunciaram neste domingo o reconhecimento formal do Estado da Palestina. A decisão representa uma mudança significativa na postura tradicional desses países, especialmente no contexto do G7, e intensifica a pressão internacional por uma solução de dois Estados para o conflito israelo-palestino. A ação conjunta surge em meio a uma crescente preocupação com a situação humanitária em Gaza e o impasse nas negociações de cessar-fogo.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, expressou em sua conta na rede X que o reconhecimento visa “reviver a esperança de paz entre palestinos e israelenses”. O anúncio antecipa um posicionamento que o Reino Unido já havia indicado que adotaria na Assembleia Geral da ONU em setembro. Segundo Starmer, a urgência em formalizar o reconhecimento decorre do agravamento da crise humanitária em Gaza e da estagnação nas negociações por um cessar-fogo.
O Canadá também oficializou seu apoio, com o primeiro-ministro Mark Carney declarando que o país “reconhece o Estado da Palestina e oferece sua colaboração para construir a promessa de um futuro pacífico, tanto para o Estado da Palestina como para o Estado de Israel”. Com isso, Reino Unido e Canadá se tornam os primeiros membros do G7 a tomarem tal atitude, um gesto considerado simbólico por apoiadores.
Seguindo os anúncios, o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, comunicou o reconhecimento formal da Palestina como um Estado “independente e soberano”. Albanese também reafirmou o compromisso do país com uma solução negociada entre os dois lados, declarando que o reconhecimento está alinhado com a defesa de uma paz duradoura, com segurança mútua para israelenses e palestinos.
A reação israelense foi imediata e crítica, com o governo de Benjamin Netanyahu classificando os reconhecimentos como uma “recompensa ao Hamas”. Em contraste, os países que anunciaram o reconhecimento argumentam que a medida busca consolidar uma via institucional legítima para a causa palestina, distinta de ações armadas, sem eximir o Hamas de responsabilidade. A decisão dos três países altera o cenário diplomático no Ocidente, tradicionalmente alinhado à cautela dos Estados Unidos, e pressiona por reavaliações estratégicas sobre a ocupação israelense e as negociações de paz.



