Em entrevista a um podcast evangélico, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teceu duras críticas à atuação da Câmara dos Deputados. Lula questionou o compromisso dos parlamentares com a classe trabalhadora, alegando que muitos não representam os interesses da população. A declaração ocorre em um momento de impasse no Congresso em relação a projetos importantes para os trabalhadores.
O presidente ressaltou que muitos dos direitos sociais previstos na Constituição ainda carecem de regulamentação, atribuindo essa lacuna à falta de representatividade dos trabalhadores no Congresso. “Pegue a Constituição e veja todos os direitos sociais, não é regulamentado. Por quê? Porque a maioria dos deputados não são trabalhadores, não têm compromisso com os trabalhadores”, declarou.
A fala de Lula surge em meio à estagnação do projeto de lei que visa isentar do Imposto de Renda trabalhadores com salários de até R$ 5 mil. Apesar da aprovação em regime de urgência na Câmara em junho, a proposta ainda não avançou. Esse impasse tem gerado críticas e questionamentos sobre as prioridades do Legislativo.
Durante a entrevista, Lula também defendeu a aplicação de recursos do Orçamento em políticas de inclusão social. Ele enfatizou a importância de direcionar o dinheiro arrecadado para beneficiar a população mais pobre, garantindo que os recursos sejam distribuídos de forma justa e equitativa. “Se você não tem um olhar carinhoso para o povo mais pobre, os ricos vão ficar com a grande parte desse dinheiro”, afirmou o presidente.
Por fim, Lula abordou a questão do uso político da religião, reafirmando seu compromisso de não utilizar igrejas como palanque eleitoral. Ele garantiu que respeitará os religiosos em todos os contextos, mas se manterá distante de práticas que explorem a fé para fins eleitoreiros. “Se alguém achar que eu vou ganhar uma eleição porque eu vou numa igreja fazer discurso, esqueça de mim porque eu não vou fazer”, concluiu.



