O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recebeu nesta quinta-feira o visto americano que o permitirá integrar a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, na próxima semana. A emissão do visto ocorre em um momento de sensibilidade diplomática entre Brasil e Estados Unidos.
Em declarações à imprensa em Brasília, Padilha minimizou a questão, afirmando que a concessão do visto é uma “obrigação de um país que tem um acordo-sede com um organismo internacional”. Ele ressaltou que a autoridade, ao ser convidada para o evento, tem o direito de acesso garantido. Além da Assembleia da ONU, o ministro também participará de uma conferência da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em Washington, em setembro.
A obtenção do visto por Padilha ganha relevância após episódios recentes que tensionaram as relações bilaterais. Em agosto, o governo de Donald Trump cancelou o visto da esposa e da filha do ministro, em um contexto onde o próprio visto de Padilha já estava vencido. Adicionalmente, vistos de outros funcionários do governo brasileiro, ligados à implementação do programa Mais Médicos, também foram revogados.
Na ocasião, o governo americano justificou a medida alegando que os funcionários teriam contribuído para um “esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano” através do programa Mais Médicos. As ações geraram críticas e debates sobre a postura dos Estados Unidos em relação a iniciativas do governo brasileiro. O episódio do visto de Padilha, portanto, é visto como um possível sinal de normalização das relações.
Vale lembrar que os vistos de Mozart Julio Tabosa Sales, Secretário de Atenção Especializada à Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais do Ministério da Saúde, também foram cancelados. Kleiman atualmente coordena a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30). As informações são da Agência Brasil.