Comissão da ONU Acusa Netanyahu de Manipular Israelenses e Agrava Tensão no Conflito Israel-Palestina

Uma comissão de investigação da ONU lançou acusações contundentes contra o governo israelense, liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, alegando manipulação da população após os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023. O relatório da comissão, apresentado em Genebra, acusa Israel de cometer atos que configuram genocídio contra o povo palestino na Faixa de Gaza, elevando ainda mais a tensão no já complexo conflito Israel-Palestina.

A comissão, criada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU em 2021, baseia suas alegações em 16 mil elementos de prova. Chris Sidoti, membro da comissão, declarou que o sofrimento do povo israelense foi “implacavelmente manipulado por Netanyahu e seus cúmplices nos últimos dois anos”. Sidoti também expressou a esperança de que o relatório alcance a população israelense e a imprensa, que, segundo ele, frequentemente omite informações críticas.

Além da acusação de manipulação, a comissão criticou a resposta do governo Netanyahu aos ataques de 7 de outubro, afirmando que o povo israelense foi “traído” pela recusa em tomar medidas para resgatar os reféns. Sidoti argumenta que a decisão de prosseguir com uma “guerra genocida” tornou a paz e a segurança do povo israelense “quase impossíveis em um futuro previsível”.

A presidente da comissão, Navi Pillay, lamentou que o mundo tenha falhado em sua promessa de impedir novos genocídios, referindo-se aos eventos em Ruanda e na Bósnia. “A Convenção sobre o Genocídio nasceu dos capítulos mais sombrios da humanidade, e hoje somos testemunhas em tempo real de como a promessa de ‘nunca mais’ é quebrada diante dos olhos do mundo”, declarou Pillay.

Diante da gravidade das acusações, Pillay apelou para que os Estados ajam imediatamente para prevenir mais crimes, não apenas em Gaza, mas em todo o território palestino ocupado. As declarações da comissão da ONU devem intensificar o debate internacional sobre o conflito Israel-Palestina e aumentar a pressão sobre o governo israelense para responder às alegações.