O ex-delegado-geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, foi assassinado na tarde desta segunda-feira (15) em Praia Grande, no litoral sul do estado. Ele foi alvo de uma emboscada armada por criminosos enquanto deixava a sede da prefeitura, onde atuava como secretário de Administração Pública.
Fontes ficou conhecido pela sua forte atuação contra o Primeiro Comando da Capital (PCC). À frente da Polícia Civil paulista entre 2019 e 2022, liderou operações contra a cúpula da facção, incluindo o indiciamento de Marcola em 2006. Também foi responsável por investigações que resultaram na prisão de Fuminho, um dos principais narcotraficantes ligados ao PCC, capturado em 2020, em Moçambique.
Segundo as investigações preliminares, Fontes foi seguido por criminosos em uma caminhonete Hilux. Ao tentar fugir em alta velocidade, colidiu com um ônibus, capotou e acabou cercado. Homens armados com fuzis desceram da picape e abriram fogo contra o ex-delegado, que reagiu e chegou a ferir um dos suspeitos. A polícia apura a participação da Sintonia Restrita, braço armado do PCC, responsável por outros planos de ataque a autoridades.
Fontes, que atuou na Polícia Civil por mais de 40 anos, já havia escapado de outra tentativa de homicídio planejada pela facção em 2010. Ao longo da carreira, comandou delegacias especializadas em homicídios, narcóticos e roubos a bancos, além de ter chefiado o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e o Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap).