A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro, seu filho, nesta quarta-feira (20). A acusação principal recai sobre a suspeita de obstrução de Justiça no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado, um caso que tem gerado grande repercussão no cenário político nacional.
Durante o curso das investigações, a PF descobriu mensagens que revelam um planejamento de Jair Bolsonaro para solicitar asilo político na Argentina. As conversas indicam que o ex-presidente considerava pedir refúgio ao presidente argentino Javier Milei, um conhecido aliado político.
Um documento editável encontrado no smartphone de Bolsonaro, sem data ou assinatura, continha um pedido urgente de asilo político. Segundo a PF, o conteúdo sugere que, desde fevereiro de 2024, Bolsonaro planejava deixar o país como uma forma de evitar a aplicação da lei penal, o que agrava as suspeitas sobre seu envolvimento na trama golpista.
Adicionalmente, a PF recuperou áudios e conversas apagadas entre Jair Bolsonaro, o pastor Silas Malafaia e Eduardo Bolsonaro. Os investigadores apontam que esses registros comprovam tentativas de exercer pressão sobre autoridades brasileiras e de obstruir os inquéritos relacionados à investigação do golpe. “O material recuperado é crucial para entender a extensão do envolvimento dos investigados”, afirmou um dos agentes da PF envolvidos no caso.
