A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) desencadeou uma forte reação nos Estados Unidos. O Secretário de Estado, Marco Rubio, criticou duramente a decisão, classificando-a como uma “perseguição política” e sinalizando possíveis retaliações por parte do governo americano. A escalada da tensão levanta preocupações sobre o futuro das relações bilaterais e potenciais impactos econômicos para o Brasil.
Rubio expressou sua indignação em redes sociais, onde acusou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, e outros membros do STF de agirem injustamente. “Os Estados Unidos responderão de acordo com essa caça às bruxas”, declarou o secretário, sem especificar quais medidas seriam consideradas. A declaração reacende o debate sobre a interferência estrangeira em decisões judiciais internas e a soberania nacional.
Especialistas em relações internacionais alertam para o risco de novas sanções econômicas e diplomáticas contra o Brasil. Tais medidas poderiam atingir autoridades brasileiras, afetar instituições financeiras e impactar o comércio bilateral, em um momento já delicado para a economia do país. A imposição de tarifas e restrições comerciais representaria um golpe significativo para o setor produtivo brasileiro.
O ex-presidente Donald Trump também se manifestou sobre o caso, comparando a situação de Bolsonaro com seus próprios problemas judiciais nos Estados Unidos. “Eu achei que ele foi um bom presidente do Brasil. É muito surpreendente que isso possa acontecer. Isso é muito parecido com o que tentaram fazer comigo”, afirmou Trump. Em julho, o republicano já havia anunciado tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, justificando a ação como resposta à suposta perseguição contra Bolsonaro.
Enquanto isso, o deputado federal Eduardo Bolsonaro ecoou as preocupações sobre possíveis retaliações. Segundo o parlamentar, ministros do STF que votaram pela condenação de seu pai poderiam ser alvos de sanções baseadas na Lei Magnitsky, que permite aos EUA punir estrangeiros por corrupção ou violações de direitos humanos. A utilização dessa legislação já havia sido empregada contra o ministro Alexandre de Moraes no passado, intensificando ainda mais a polarização política e diplomática.