Extrema Direita em Luto: Ativista Conservador Charlie Kirk Morre Baleado em Universidade nos EUA

Charlie Kirk, figura proeminente no cenário conservador americano, faleceu tragicamente aos 31 anos após ser baleado em uma universidade nos Estados Unidos. A morte do jovem líder, ocorrida nesta quarta-feira (10), provocou uma onda de reações e luto entre seus seguidores, mas também reacendeu o debate sobre o radicalismo político no país. Kirk era conhecido por sua forte ligação com o ex-presidente Donald Trump e por defender pautas conservadoras controversas.

Apontado como um porta-voz influente da extrema direita para a juventude, Kirk acumulou milhões de seguidores nas redes sociais. Suas opiniões firmes, muitas vezes provocativas, geravam debates acalorados, especialmente em suas palestras universitárias. Nesses eventos, ele convidava estudantes a confrontar suas ideias, resultando em momentos que viralizavam na internet. Foi em um desses encontros, realizado em Utah, que ele foi vítima do ataque fatal.

A notícia da morte de Kirk gerou comoção e manifestações de pesar em ambos os lados do espectro político. O próprio Donald Trump lamentou a perda em sua rede social, a Truth Social, descrevendo Kirk como “O Grande, e até Lendário”. Segundo Trump, ninguém compreendia ou cativava o coração da juventude americana como Kirk. Em outubro de 2024, um estudante de 22 anos, Eric Hansen, afirmou que Kirk trazia “ideias diferentes” aos campi universitários, que, segundo ele, eram dominados pela ideologia liberal.

No entanto, a trajetória de Kirk também é marcada por controvérsias. Kyle Spencer, autor de um livro sobre o movimento Turning Point USA, cofundado por Kirk, o descreve como um “carismático nacionalista cristão” que atuava como porta-voz do trumpismo e de ideias extremistas. O Turning Point USA se tornou o maior grupo de jovens conservadores nos Estados Unidos, mobilizando ativistas que chegaram a participar da manifestação que culminou na invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021.

Além do Turning Point USA, Kirk liderava o Turning Point Action, organização fundamental nas campanhas de Trump, inclusive nas ações de campanha porta a porta em 2024. Sem formação universitária, o ativista, natural dos subúrbios de Chicago, ascendeu rapidamente nos círculos republicanos, chegando a trabalhar como assistente pessoal de Donald Trump Jr. em 2016. Seu discurso inflamado o levou à Fox News e ao comando do podcast “The Charlie Kirk Show”, onde propagava teorias conspiratórias e desinformação.

Em setembro de 2024, por exemplo, Kirk divulgou acusações infundadas de que imigrantes haitianos estariam comendo gatos e cães em Ohio, alegação posteriormente repetida por Trump em um debate presidencial. Questionado sobre a veracidade dessas informações, Kirk respondeu: “Eu digo que divulgamos a verdade”. A morte de Charlie Kirk deixa um vácuo no movimento conservador americano e levanta questionamentos sobre o futuro da extrema direita no país.