O primeiro-ministro do Catar, xeque Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, criticou duramente Israel nesta quarta-feira, alegando que um ataque israelense em Doha contra o Hamas destruiu as esperanças de libertação dos reféns em Gaza. Al Thani acusou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de minar os esforços de mediação e defendeu que ele seja responsabilizado por suas ações.
O Catar tem desempenhado um papel crucial como mediador no conflito, que já se estende por quase dois anos. Diante da escalada de tensões, o premiê catariano expressou a possibilidade de reconsiderar o papel do país nas negociações para um cessar-fogo em Gaza, colocando em dúvida a sinceridade de Netanyahu nas tratativas.
“Acho que o que Netanyahu fez ontem simplesmente matou qualquer esperança para esses reféns”, declarou o xeque Al Thani à CNN. Ele ressaltou que o Catar está reavaliando sua participação nas futuras conversas de cessar-fogo e discutindo os próximos passos com Washington, buscando uma solução para o impasse.
Al Thani revelou ter se reunido com familiares de reféns na manhã do ataque israelense, enfatizando a dependência dessas famílias na mediação para a libertação de seus entes queridos. Ele também mencionou a acusação contra Netanyahu apresentada pelo Tribunal Penal Internacional, reiterando seu pedido para que o primeiro-ministro israelense seja levado à justiça.
Em resposta à crise, o Catar solicitou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, que foi adiada para quinta-feira. O incidente agrava ainda mais as tensões regionais e coloca em risco os esforços para alcançar um acordo de paz duradouro na região.