Em uma escalada dramática das tensões regionais, Israel lançou um ataque militar contra líderes do Hamas no Catar, desencadeando uma rara crítica pública do ex-presidente dos EUA, Donald Trump. O governo israelense, contudo, defende sua ação e promete perseguir seus inimigos em qualquer parte do mundo.
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, em declaração contundente, afirmou que “o longo braço de Israel atuará contra seus inimigos em qualquer lugar”. Ele adicionou, em sua postagem na rede social X, que “não há nenhum lugar onde possam se esconder”, em referência àqueles que participaram do ataque de 7 de outubro de 2023.
A ação no Catar, país que mantém relações estreitas com os Estados Unidos e atua como mediador entre Israel e o Hamas, gerou desconforto em Washington. Trump expressou seu descontentamento, ressaltando que a decisão foi de Benjamin Netanyahu, e não dele.
O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, justificou o ataque em entrevista a uma rádio israelense, argumentando que “nem sempre agimos no interesse dos Estados Unidos”. Ele reconheceu o apoio americano, mas enfatizou a autonomia de Israel em tomar decisões, informando os EUA posteriormente.
O Hamas confirmou a morte de seis pessoas no ataque, incluindo um filho de um de seus principais negociadores. O Catar, por sua vez, lamentou a morte de um de seus agentes de segurança e reafirmou seu compromisso de continuar mediando o conflito, embora tenha alertado que se reserva “o direito de responder” à ação israelense. O primeiro-ministro catari, xeque Mohamed bin Abdulrahman al Thani, enfatizou a necessidade de uma resposta regional à escalada.
Netanyahu justificou os ataques no Catar como uma resposta a um atentado reivindicado pelo Hamas em Jerusalém Oriental. Trump, apesar das críticas iniciais, elogiou o Catar como “um forte aliado e amigo dos Estados Unidos”, demonstrando a complexidade das relações diplomáticas na região. O gabinete de Netanyahu, por sua vez, enfatizou que a operação foi conduzida de forma “totalmente independente” e que Israel assume total responsabilidade por ela.
A ação no Catar coincide com uma ofensiva militar israelense em Gaza, intensificando ainda mais o conflito. O Exército israelense continua a atacar alvos que alega serem utilizados pelo Hamas. O conflito, que teve início com o ataque do Hamas em outubro de 2023, já resultou em milhares de mortes e uma crise humanitária sem precedentes.
