Moraes Detalha 13 Ações que Implicam Bolsonaro em Tentativa de Golpe

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), apresentou nesta terça-feira uma análise contundente, enumerando 13 atos que, segundo ele, evidenciam a participação de Jair Bolsonaro em uma organização criminosa com o objetivo de subverter o resultado das eleições de 2022. A manifestação ocorreu durante a leitura de seu voto no julgamento que pode levar à condenação do ex-presidente e de seus aliados. Moraes, relator da ação, foi o primeiro a se manifestar no julgamento.

O voto de Moraes detalha uma série de eventos e ações que, em conjunto, configurariam uma tentativa de manter Bolsonaro no poder de forma ilegítima. Entre os pontos destacados, estão o uso de órgãos públicos para monitorar adversários políticos e a disseminação de informações falsas sobre o sistema eleitoral, minando a confiança da população nas instituições.

O ministro também mencionou a reunião ministerial de 5 de julho de 2022, na qual Bolsonaro teria apresentado cenários para um golpe de Estado, buscando o apoio de seus ministros. Outro ponto crucial foi a reunião com embaixadores, em que o então presidente questionou a credibilidade do sistema eleitoral brasileiro perante representantes de outros países.

Ainda segundo Moraes, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) também foi usada para tentar impedir eleitores do Nordeste de votar no segundo turno das eleições. O ministro também citou a elaboração de um relatório do Ministério da Defesa sobre o sistema eletrônico de votação e os atos de vandalismo de 8 de janeiro de 2023 como parte do plano golpista.

O julgamento, que pode definir o futuro político de Bolsonaro e seus aliados, será retomado nos próximos dias. Além de Moraes, os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin também devem proferir seus votos até sexta-feira (12). A decisão do colegiado terá um impacto significativo no cenário político nacional.