Em um movimento inesperado, o senador Carlos Viana (Podemos-MG) conquistou a presidência da CPMI do INSS, frustrando as expectativas do governo. A vitória, obtida por 17 votos a 14 contra o indicado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, expôs falhas na articulação governista, admitidas por deputados da base como “incompetência política”.
Viana atribuiu seu sucesso à articulação direta com os parlamentares. “Como bom mineiro, eu pedi votos”, declarou à Jovem Pan, revelando a estratégia que o levou ao comando da comissão. A oposição também garantiu espaço estratégico ao emplacar o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) como relator, intensificando o revés para o governo.
O cenário desfavorável ao governo se agravou com a ausência de integrantes da base aliada na abertura dos trabalhos. A ausência permitiu que suplentes do PL ocupassem as cadeiras e participassem da votação. O líder do PT, Lindbergh Faria, reconheceu o deslize, classificando a derrota como um “cochilo” e levantando questionamentos sobre a legalidade da substituição dos membros.
A derrota na CPMI do INSS acende um alerta no governo Lula, que agora precisa rever suas estratégias de articulação no Congresso. A habilidade de Carlos Viana em construir alianças demonstra a importância do diálogo e da negociação no cenário político atual, onde a correlação de forças pode mudar rapidamente.