Uma operação conjunta do Ministério Público de São Paulo (MPSP), da Polícia Militar e da Polícia Civil deflagrada nesta segunda-feira (8), denominada Operação Sharpe, prendeu três suspeitos de liderar o tráfico de drogas na Favela do Moinho, em São Paulo. A ação é um desdobramento da Operação Salus et Dignitas, que desde agosto de 2024 visa combater o crime organizado na região conhecida como “Cracolândia”. O objetivo principal era cumprir dez mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão.
Segundo o MPSP, a Operação Salus et Dignitas já havia surtido efeito, eliminando quase que por completo as cenas abertas de uso de drogas na região central. As investigações apontaram que o tráfico era apenas uma das facetas de um complexo esquema criminoso comandado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) dentro da Favela do Moinho, transformando o local em um “ecossistema para o cometimento de ilícitos”, nas palavras dos investigadores.
Entre os detidos, está Alessandra Moja, irmã de Leonardo Moja, apontado como o líder do tráfico na favela. De acordo com o MPSP, mesmo preso, Leonardo continuava a emitir ordens para a comunidade por meio de Alessandra. O esquema tinha como objetivo intimidar moradores a não aceitarem indenizações da CDHU para a desocupação da área, sob o pretexto de defender a permanência da comunidade.
A área da Favela do Moinho está destinada à construção de um parque público. Em maio, o governo de São Paulo, sob a gestão de Tarcísio de Freitas, e o governo federal, liderado por Lula, anunciaram um acordo para realocar as cerca de 900 famílias que ocupavam o local de forma irregular. A operação desta segunda-feira visa garantir a segurança do processo de reassentamento e impedir a atuação do crime organizado na região.