Malafaia sob investigação: STF apura financiamento de atos pró-Bolsonaro e pastor critica silêncio evangélico

O pastor Silas Malafaia está sendo investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de financiar atos em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A investigação apura se Malafaia teria custeado manifestações, além de produzir conteúdo crítico ao ministro Alexandre de Moraes e aconselhar Bolsonaro a fazer o mesmo. A participação do pastor no inquérito que já investiga Bolsonaro e seu filho, Eduardo, intensifica o escrutínio sobre sua atuação política.

Em operação da Polícia Federal no mês anterior, foram apreendidos o passaporte, celular e anotações de Malafaia. Os investigadores buscam indícios que conectem o pastor ao financiamento de atos considerados antidemocráticos e à disseminação de discursos que questionavam a legitimidade das instituições.

Em meio à investigação, Malafaia criticou a postura de outros líderes evangélicos que, segundo ele, se mantêm em silêncio diante do embate entre Bolsonaro e o Judiciário. Em entrevista à Folha, ele classificou esses líderes em três categorias: os que evitam a política, os que temem retaliação e os que carecem de preparo para argumentar. “Melhor calar. E acho que é até inteligente, porque a Bíblia diz que até o tolo, quando se cala, se acha por sábio”, declarou o pastor.

Questionado sobre a possibilidade de ser preso, Malafaia alegou ser vítima de “perseguição política e religiosa”. Ele negou qualquer relação com sanções impostas pelos Estados Unidos durante o governo Trump e minimizou o contato com figuras como Paulo Figueiredo e Eduardo Bolsonaro. O pastor reiterou que estará presente em um ato bolsonarista no dia 7 de Setembro, na Avenida Paulista, descartando, contudo, a possibilidade de se candidatar à Presidência.

A Polícia Federal investiga se o financiamento de atos antidemocráticos e o estímulo a uma agenda golpista por parte de Malafaia contribuíram para pressionar autoridades e o ex-presidente a contestar decisões do STF. A investigação consolida o protagonismo do pastor no debate político dentro do segmento evangélico, colocando-o sob intensa observação das autoridades judiciais.